Os fenómenos de Remodelação dos ossos
Num adulto saudável, uma delicada homeostasia (equilíbrio) é mantida entre a acção dos osteoclastos (reabsorção) durante a remoção de cálcio e a dos osteoblastos (aposição) durante a deposição de cálcio. Se muito cálcio for depositado, podem se formar calos ósseos ou esporas, causando interferências nos movimentos. Se muito cálcio for retirado, há o enfraquecimento dos ossos, tornando-os flexíveis e sujeitos a fracturas.
O crescimento e a remodelação normais dependem de vários factores:
•suficientes quantidades de cálcio e fósforo devem estar presentes na dieta alimentar do indivíduo;
•deve-se obter suficiente quantidade de vitaminas, principalmente vitamina D, que participa na absorção do cálcio ingerido;
•o corpo precisa produzir os hormônios responsáveis pela actividade do tecido ósseo:
- Hormônio de crescimento (somatotrofina): secretado pela hipófise, é responsável pelo crescimento dos ossos;
- Calcitonina: produzida pela tireóide, inibe a actividade osteoclástica e acelera a absorção de cálcio pelos ossos;
- Paratormônio: sintetizado pelas paratireóides, aumenta a actividade e o número de osteoclastos, elevando a taxa de cálcio na corrente sanguínea;
- Hormônios sexuais: também estão envolvidos nesse processo, ajudando na actividade osteoblástica e promovendo o crescimento de novo tecido ósseo.
Com o envelhecimento, o sistema esquelético sofre a perda de cálcio. Ela começa geralmente aos 40 anos nas mulheres e continua até que 30% do cálcio nos ossos seja perdido, por volta dos 70 anos. Nos homens, a perda não ocorre antes dos 60 anos. Essa condição é conhecida como osteoporose.
REPARAÇÃO DOS OSSOS
Quando um osso se quebra, o corpo já tem um plano sobre como consertá-lo!
É fácil pensar nos ossos como matéria sólida e morta, sobre a qual repousam tecidos vivos, mas o esqueleto é parte tão viva do organismo quanto os tecidos ou os órgãos. O corpo armazena minerais nos ossos compactos, produz glóbulos vermelhos na medula óssea vermelha e armazena gordura na medula óssea amarela.
É importante lembrar que os ossos estão constantemente mudando.
Células conhecidas como osteoclastos constantemente dissolvem os ossos velhos, de modo que os osteoblastos possam substituí-los por novo tecido ósseo - um processo conhecido como remodelamento ósseo.
Um outro tipo de célula, conhecido como condroblasto, forma novas cartilagens. Essas são as três células primordialmente responsáveis pelo crescimento dos ossos - e não só pelo crescimento ósseo que as pessoas experimentam no começo da vida. Esse constante remodelamento de ossos gradualmente substitui o tecido ósseo antigo por tecido novo, ao longo de meses.
Quase imediatamente depois da quebra, o corpo começa a tentar corrigir o problema. Os médicos costumam dividir o processo em quatro fases:
1.Quando um osso se quebra, a fissura também rompe os vasos sanguíneos que percorrem todo o comprimento do osso. O sangue vaza dessas veias e rapidamente forma um coágulo chamado de hematoma no local da fractura. Isso ajuda a estabilizar o osso e a manter as duas partes alinhadas para a cura. O coágulo também interrompe o fluxo de sangue para extremidades partidas dos ossos. Sem receber sangue, essas células ósseas rapidamente morrem. Seguem-se inchaço e inflamação, devido ao trabalho das células que estão removendo tecidos mortos e danificados. Pequenos vasos sanguíneos se estendem até o hematoma sobre a fractura a fim de alimentar o processo de cura.
2.Depois de diversos dias, o hematoma sobre a fractura se transforma em um tecido mais duro que forma o calo mole. Células conhecidas como fibroblastos começam a produzir fibras de colagénio, a mais importante proteína dos ossos e do tecido conectivo. Depois, os condroblastos começam a produzir um tipo de cartilagem conhecida como fibrocartilagem, que transforma o calo em um calo fibrocartilaginoso, mais duro. Esse novo calo preenche o espaço entre as partes fracturadas do osso, e dura aproximadamente três semanas.
3.Em seguida, os osteoblastos começam a produzir células ósseas, formando o calo ósseo. Essa cobertura rígida dura de três a quatro meses e oferece a protecção e a estabilidade necessárias para que o osso entre em seu estágio final de cura.
4. Osteoclastos e osteoblastos passam meses remodelando o osso e substituindo o calo ósseo por matéria óssea compacta, de maior dureza. Essas células também reduzem o volume do calo ósseo e devolvem o osso ao seu formato original. A circulação sanguínea no osso melhora e o influxo de nutrientes que ajudam a reforçar os ossos, como o cálcio e o fósforo, dão maior resistência ao osso.
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