Depois do lançamento de um manifesto por um grupo de 126 membros, militantes e simpatizantes em apoio ao líder do grupo parlamentar da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, agora surge uma outra corrente que defende a manutenção do actual presidente, Isaías Samakuva, como presidente da UNITA.
"Nós não vamos receber aulas de democracia de cidadãos que nem sequer sabem o que é a democracia, e cuja democracia lhes foi imposta pelo ocidente. E portanto, acho de muito mau tom alguém que é do MPLA vir a público dizer que nós estamos a violar as regras democráticas", disse, referindo-se aos que comparam a continuidade de Samakuva à frente dos destinos da UNITA com a permanência de José Eduardo dos Santos à frente do partido no poder.
De acordo com a deputada, tentar fazer crer que a limitação de mandatos decorre do princípio democrático, não é só uma falácia, como é cientificamente reprovável e a limitação de mandatos decorre do princípio republicano.
"Enquanto estudiosa de partidos políticos, não conheço nenhum partido que limite os mandatos. A única forma similar de partidos políticos que limita os mandatos até é angolana, chama-se CASA-CE, mas é uma coligação de partidos políticos, que tem nos seus instrumentos estatutários a limitação do mandato do presidente", disse a também constitucionalista.
"Nada inibe que o presidente Samakuva venha a apresentar a sua recandidatura. Não há nada nos estatutos que o proíba. Se os militantes da UNITA não quiserem isso, não há problema nenhum. No congresso o voto é secreto, votem noutra pessoa. É fácil. Há multiplicidade de candidatos. Agora, não podemos é pensar que uma recandidatura do presidente Samakuva possa estar em contradição com os estatutos", referiu.
Segundo apurou o NJOnline, os secretários provinciais da UNITA, em todo País, são unânimes, defendendo um quarto mandato do actual líder da UNITA, Isaías Samakuva, tendo em vista a realização, pela primeira vez em Angola, das eleições autárquicas e gerais.
"O presidente Isaías Samakuva goza de popularidade nas zonas rurais onde a UNITA tem mais militantes. A sua substituição vai prejudicar substancialmente a organização. Não é isso que queremos", disse ao NJOnline um secretário provincial.
Segundo este secretário, todos os seus colegas estão de acordo que o presidente Isaías Samakuva deixe a liderança do partido apenas em 2022, quando se realizarem as eleições gerais.
"Preparar a imagem de um novo candidato nesta altura em que se aproximam as eleições gerais e autárquicas não possível. Por isso, todos os militantes querem que o presidente Samakuva faça mais um mandato", concluiu.
Recorde-se que Isaías samakuva foi eleito presidente do partido em 2003, na sequência da morte em combate, no ano anterior, do líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi, o que levou ao fim da guerra civil de quase 30 anos em Angola.
Desde 2003 na presidência da UNITA, o actual líder, Isaías Samakuva, já derrotou nos últimos congressos os candidatos Lukamba Gato, Abel Chivukuvuku, Dinho Chingunji e Abílio Kamalata "Numa".
Samakuva ainda não garantiu em absoluto que não vai tentar a reeleição para um novo mandato, podendo, assim, ainda concorrer porque os estatutos do partido não impõem limites de mandatos para o seu líder.
A UNITA foi fundada a 13 de Março de 1966 por Jonas Malheiro Savimbi e ao longo de 53 anos de existência realizou 12 Congressos Ordinários e três Extraordinários. NJ
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