João Lourenço deixa recado aos que insistem em criticar a sua cruzada contra a corrupção
Wilton António
No seu discurso de abertura da 7ª reunião ordinária do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), João Lourenço deixou vários avisos aos que "insistem em criticar" a sua cruzada contra a corrupção, "ignorando deliberada e conscientemente que esta foi uma das principais bandeiras que o programa do MPLA submeteu ao sufrágio das urnas".
"Alguns optaram agora por criar e disseminar tanto quanto possível a ideia segundo a qual esta cruzada contra a corrupção está a fragilizar o partido e que pode mesmo levar à sua divisão", disse Lourenço, na liderança do partido deste Setembro de 2018.
Para o também Chefe de Estado, nada é "mais falso e enganador", se o MPLA tiver em conta que nas últimas eleições gerais, embora tivesse ganho, "o partido perdeu em cada uma delas cerca de 10 pontos percentuais com relação às eleições precedentes".
"Facilmente compreenderemos que muito provavelmente a razão terá sido o castigo que os eleitores nos infligiram pela forma como muitos se serviram impunemente dos bens públicos em benefício próprio, e pela forma como o partido lidou com o problema não passando de um mero discurso".
Lourenço, que falava para 297 de 363 membros do Comité Central, órgão deliberativo máximo do MPLA, afirmou ainda que "o partido ficará cada vez mais enfraquecido se continuarmos a pensar que dizer tolerância zero contra a corrupção significa nada fazer".
"Se continuássemos a agir assim, a médio-longo prazo, o partido cairia no descrédito com sérias consequências para a nossa manutenção como força governante. É isto que pretendemos evitar", vincou.
0 Comentários