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Angola já acolhe mais de 11 mil refugiados da República Democrática do Congo

Mais de 11.00 congoleses fugiram para Angola desde 13 de abril, incluindo 3.192 homens, 5.186 mulheres, seis das quais deram à luz e 43 estão grávidas, e 2.174 crianças, das quais 80 estão desacompanhadas", explicou à Lusa o especialista da OIM Bogdan Danila.
A organização aprovou hoje um financiamento de 100 mil dólares (91 mil euros) para lidar com refugiados do Congo, mas o responsável diz que os fundos "serão dedicados a pessoas deslocadas dentro do próprio país e não em
 Angola".

Para lidar com a situação destes refugiados da região do Cassai, Bogdan Danila diz que serão precisos 64,5 milhões de dólares (cerca de 60 milhões de euros) nos próximos seis meses.
"Com o financiamento já aprovado, a OIM vai investigar e monitorizar as populações deslocadas na zona do Cassai para melhor entender as necessidades e vulnerabilidades no terreno e prestar apoio humanitário inicial sob a forma de abrigos de emergência e artigos não alimentares", disse o responsável.
Em causa estão os conflitos étnicos e políticos no Cassai e Cassai Central, que desde meados de 2016 já provocaram, segundo o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), um milhão de deslocados.
O ACNUR apelou na semana passada ao Governo angolano para manter as fronteiras abertas à população congolesa e já está a dar assistência técnica, em conjunto com a UNICEF, às autoridades do país.

"O governo de Angola também pediu ajuda urgente em relação a medicamentos, água, comida, abrigos, cobertores e outros artigos não alimentares", explicou Bogdan Danila.

Segundo o ACNUR, os refugiados, que continuam a chegar relatam ataques de grupos de milícias, que estão alvejando a polícia, militares e civis que suspeitem de estar apoiando ou representando o governo congolês.
"Depois de fugir das forças rebeldes e do Governo, alguns refugiados tiveram de se esconder na floresta durante vários dias antes de fugir para Angola. Os refugiados estão chegando em condições desesperadas, sem acesso a água limpa, comida ou abrigo", relatou o ACNUR na semana passada.

A situação entre as crianças "é terrível", chegam a Angola desnutridas e doentes, sofrendo de diarreia, febre e malária.

"Duas crianças são relatadas como tendo morrido da desnutrição severa. O ACNUR está preocupado com o destino de outras pessoas que sofrem níveis preocupantes de insegurança alimentar e doenças", refere a organização.

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