RAFAEL MARQUES
Jornalista Activista
O activista e jornalista Angolano Rafael Marques exortou os cidadãos angolanos a terem uma participação mais activa no processo eleitoral e na cena política do país.
Falando no programa “Angola Fala Só”, Marques afirmou que “só haverá fiscalização efectiva das eleições se houver uma maior participação dos angolanos no processo e sobretudo na demanda de transparência quer do registo quer de vários actos na preparação das eleições”.
Rafael Marques recordou que são os filhos do povo que estarão nas mesas de monitorização e que estão no processo do registo eleitoral e que deve haver portanto da parte de todos os angolanos um sentido de solidariedade e responsabilização.
O activista manifestou dúvidas que as próximas eleições possam ser livres e justas.
“Todos assumem que o MPLA vai ganhar as próximas eleições e todos nós sabemos que se assume isso porque o MPLA tem o controlo absoluto do processo eleitoral”, afirmou Marques para quem os partidos políticos da oposição devem “fazer um esforço maior de partilharem os seus programas políticos para que a sociedade tenha conhecimento dos seus programas”.
Em resposta a um ouvinte que quis saber sobre uma maior presença da ONU durante o processo eleitoral, Marques afirmou que os angolanos “devem ter cuidado em pensar que a comunidade internacional pode resolver os nossos problemas”.
“As eleições não serão um produto da mediação ou da intervenção de potências ou organizações estrangeiras”, disse.
“Só teremos eleições livres e justas quando a população estiver preparada e organizada para dar um basta aos partidos políticos, sobretudo o do poder e tomar as rédeas da fiscalização do processo”, acrescentou.
O activista manifestou cepticismo quanto aos movimentos que lutam pela autonomia de Cabinda e das Lundas, afirmando que a prioridade deve ser dada a reivindicar e a resolver problemas comuns a toda a Angola.
Para o jornalista e activista, autor de "Diamantes de Sangue" existe o perigo de haver “maior concentração das atenções para a questão de autonomia do que para defender os direitos dos cidadãos”.
Os esforços, disse, devem ser direcionados para “a defesa dos interesses dos trabalhadores e comunidades locais e dos seus direitos consagrados na constituição”.
Para isso devem ser estabelecidas “sinergias com cidadãos nas diversas partes do país para denunciarem casos de violação dos direitos humanos”.
Interrogado sobre se receava pela sua segurança pessoal Rafael Marques disse viver com a consciência tranquila.
“Não tenho medo”, disse.
“É a minha terra, é o meu país, conheço os meus direitos e estou sempre preparado para enfrentar as consequências dos meus actos que sei que não são actos criminosos”, acrescentou.
“Não tenho medo de ninguém, não roubei ninguém, não matei ninguém e aqueles que usam o poder do estado para isso é que devem temer os cidadãos”, acrescentou ainda Rafael Marques
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